terça-feira, 26 de abril de 2011

REPENSANDO A VIDA

Deparei-me com a morte, mais uma vez. Na madrugada, a notícia: o pai da querida irmã Telma, nossa diaconisa na Comunidade, falecera. A notícia, mesmo considerando que ele se encontrara enfermo e com 71 anos, estarrece e atordoa. Ninguém se prepara para a morte. Ninguém para e fica a sua espera. Viver, ainda é, e sempre será, a opção que escolhemos para enfrentar as circunstâncias do caminho que se faz a cada dia. Convidei minha sogra – mulher de oração – e a irmã Nazaré, e fomos ao local onde a família enlutada velava o corpo, pois ainda nesta manhã será transportado para São Miguel do Guaporé, cidade a cerca de 500 km da capital de Rondônia, onde ocorrerá o enterro. Na dor da perda, no momento de as lágrimas brotarem, eis que surge imperiosa e necessária a reflexão sobre a vida e seu significado. Conduzi a oração e realizamos um pequeno ato fúnebre. A leitura e a reflexão com base em Jo 11.25, 26; 14. 1- 6, posto que cremos que Jesus é a ressurreição e a vida, e quem Nele crê, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e Nele crê não morrerá eternamente. Cremos que Ele é “o caminho, a verdade e a vida” e que somente por meio Dele podemos chegar a Deus, e as dúvidas, as incertezas, os temores sobre o amanhã cessam e a Paz de Deus – que excede todo o entendimento – invade e sacode as estruturas do nosso ser. E traz alívio, fé, esperança e amor. Alívio porque temos a resposta que – a despeito de tudo e de todos - não estamos sós. Temos o Senhor por nós. Fé porque cremos Naquele que é poderoso e fiel para fazer infinitamente mais do que pensamos e pedimos; esperança porque sabemos que a alegria vem após a noite de choro e que Ele é o socorro bem presente na angústia. E amor, porque na dimensão da graça aprendemos que Ele nos ama incondicionalmente e que importa que amemos o outro como a nós mesmos. Além e acima de tudo, não podemos perder o foco na vida, sabendo e discernindo que há um ciclo e que se cumpre, sempre. Não importa o gênero, a etnia, a cultura, a crença, o espaço e o tempo. O que nasce, vai entrar em um processo de crescimento, maturação, desenvolvimento, apogeu, declínio, envelhecimento e morte. E este ciclo da vida é inerente a tudo que vive, não sendo diferente com os da espécie humana. A grande diferença entre nós está em quem professa o Senhor, pois sabe que há conforto na dor e na perda. Nele eu posso esperar, nEle eu sei que tenho vida e vida em abundância, nEle eu tenho vida eterna! Choramos pelos que partem, mas nos alegramos com os que ficam e continuam no Senhor! Glória a Deus, por tudo!